menu fixo

18.3.16

Religiões de matriz africana

Umbanda.

A umbanda foi oficialmente fundada em 1907 por Zélio Fernandino de Morais, unindo elementos das religiões africanas com do kardecismo e posteriormente dissociado das religiões de culto africano. Mesmo com essa dissociação podemos afirmar que as origens da umbanda são de matrizes africanas, a grande prova disso é que esses centros trabalham ativamente com caboclos e pretos velhos.

Candomblé

O candomblé teve origem no Brasil com a importação dos escravos de diversas regiões do continente africano que ao chegar aqui continuaram a professar sua fé.
A maior parte do conhecimento dessas religiões era transferida de forma oral e se perdeu com o tempo, isso se deve o fato de os escravos eram em sua maioria, ignorantes na comunicação escrita ou porque conheciam apenas o idioma de origem do qual não era falado no Brasil, fora o fato que após serem escravizados a sua única tarefa era trabalhar para os senhores feudais e dessa forma não poderiam continuar a realizar seus ritos religiosos.
O candomblé que praticamos hoje está muito longe de ser aquele praticado por nossos antepassados, um dos grandes responsáveis por isso alem dos motivos já citados anteriormente, foi o sincretismo religioso, os escravos foram obrigados a adotarem a fé de seus senhores que em sua maioria eram cristãos, dessa forma para manter o seu culto original, eles passaram a associar as divindades de sua religião com os santos católicos, criando assim uma correspondência entre eles, dessa forma ao adorar determinado orixá, no fundo estava se adorando o seu orixá correspondente. Se de um lado o sincretismo religioso foi um dos causadores das mudanças nas praticas das religiões africanas, por outro também foi importante para a sobrevivência da mesma.
Nossos antepassados eram oriundos de diversas etnias e regiões do continente africano e apesar de cultuar e praticar religiões muito semelhantes possuíam algumas características que diferem uma da outra. No Brasil o candomblé herdou essas características e é dividido por suas etnias de origem, essas são jeje, congo, angola, ketu e etc, essa diferença também é difícil de ser identificada mesmo pelos seus praticantes.

Candomblé x Umbanda

Atualmente é muito complicado diferenciar na pratica um do outro, pois muitos terreiros se denominam centros de umbanda mesmo tendo em suas praticas ritualísticas elementos do candomblé.  Os adeptos da umbanda oficial dizem que tudo o que não segue seus ritos não é considerado umbanda, porém há quem discorde.  Na pratica, atualmente temos tantas misturas que fica difícil distinguir.

Orixás.

Os orixás são divindades, deuses pertencentes a outro plano espiritual, que auxiliam os homens em suas vidas e na sua evolução. Alguns foram seres viventes que ao deixarem esse plano, passaram a ser adorados devido a grandes feitos realizados por eles, dessa forma criou se a egrégora e a divindade, outros são divindades por si só. Nossos antepassados cultuavam mais de cem divindades, porem atualmente no Brasil é algo em torno de dezesseis, cada orixá possui sua cor, comida, dia da semana, habitat natural e personalidade correspondente. Os orixás mais conhecidos no Brasil são Oxossi, Oxum, Ogum e Exu.

Catiços

Os catiços são entidades (muitos deles foram seres viventes) que utilizam os médiuns como intermédio para nos ajudar nesse plano físico, alguns fazem isso por missão atribuída a eles por uma força maior, outros buscam a própria evolução ou ambas as coisas. Depois de alcançado o objetivo, a respectiva entidade deixa de agir no plano físico não incorporando, mas no médium. Essas entidades também atuam como auxiliares dos orixás, sendo subordinada a eles em geral são divididos por linhagens tais como, baianos, caboclos, pretos velhos e etc. As entidades costumam manter suas características e hábitos de quando faziam parte do plano físico, por esse motivo muitos deles fumam e bebem.  Por buscarem evolução, nós costumamos dizer que eles atuam na “direita”.

Exu(Lebara)

Muito confundido com o Diabo cristão pelos leigos, Exu ao contrario dos catiços da “direita” são espíritos livres, por esse motivo são muito mal compreendidos.
No terreiro Exu é o mensageiros dos orixás além de responsável por guardar as porteiras, proteger o centro e seus membros, alem de atuarem em situações onde os catiços em busca de evolução não poderiam. Para o praticante da religião o Exu é um companheiro que lhe guarda as estradas e protegem dos inimigos e abrir as portas de oportunidades.
Um erro muito comum dos leigos é associar os Exus ao mal, quando na verdade o conceito de bem e mal é relativo, é preciso compreender que a maldade está naquele que busca a entidade para determinado fim e não na entidade em si.
Exu e lebara são termos genéricos que pode se referir tanto a homem quanto a mulher, mas normalmente nos centros nos referimos ao homem como exu e a mulher como exu-fêmea ou pombo-gira.

Curiosidades

O principal idioma adotado nas casas de tradição africana é o Ioruba, esse dialeto está muito presente nas praticas ritualísticas e no cotidiano de seus membros, outro idioma também muito encontrado é o kimbundo. Abaixo colocarei alguns termos e expressões (em português para facilitar o entendimento)  muito usados entre os praticantes da religião.

Cumprimentos.
Mutumbá
R. Mutumba axé
Mucuiu
R. Mucuiu no zambe
Colofé
R. Colofé Olorum
Nomes.
Orí – Cabeça.
Omí – Agua
Lobaça – Cebola
Obí – Nóz de cola
Babalorixá – Pai de Santo
Yalorixá – Mãe de Santo
Yawo – Filho de santo (Médiun)
Ogã – Cargo dentro da hierarquia (Homem)
Ekédi – Cargo dentro da hierarquia (Mulher)

Por Pietro Marks

17.3.16

RELAÇÕES SEXUAIS PARTE 6


 A relação homossexual grega básica, ela se dava entre um homem mais velho e um jovem. O jovem tinha qualidades masculinas: força, velocidade, habilidade, resistência e beleza. O mais velho possuía experiência, sabedoria e comando. O afebo (o púbere) entregue a um tutor se transformava em cidadão grego. Era treinado, educado e protegido. Ambos desenvolviam paixão mutua, mas sabiam dominar esta atração.


Efebo grego

Para a maioria dos homens gregos o amor ou era brinquedo agradável, diversão prazerosa, exercício saudável do corpo e do espírito, ou era com a mulher uma loucura trágica, força esmagadora e enfermidade ruinosa, porque a mulher tristemente imperfeita, não era merecedora do amor ideal ou de proporcioná-lo em troca.

Como os gregos consideravam o homem mais próximo da perfeição, este podia ser objeto do amor ideal – particularmente o homem de cultura e requinte, que buscava afinidades de espírito como parte do amor. O adolescente com o seu rosto imaturo e com seu corpo ainda em desenvolvimento, com as suas forças espirituais aindA efebia a não desabrochadas e com a sua promessa de masculinidade ulterior, podia inspirar ao homem adulto grego uma emoção ainda mais intensa e mais apaixonada do que a provocada pelas hetairas.

As hetairas eram cortesãs de alto nível. Eram elegantes, espirituosas, versadas na arte, na literatura clássica, na política – por vocação, deveria ser algo entre uma gueixa e uma prostituta. Os homens atenienses mais admiravam nas hetairas era o fato de serem exímias em tudo, que estes mesmos homens impediam que suas esposas aprendessem.

É um paradoxo o amor moderno haver começado com o amor grego, dever tanto a ele, muito embora as formas e os ideais do amor grego, não sejam completamente aceitos na sociedade moderna.

O Batalhão Sagrado de Tebas era formado por quadro de tropas de choque inteiramente por guerreiros de casais homossexuais. Em Esparta, na ilha grega de Eubéia e em Tebas, cidade da Beócia, a afebia era associada ao sucesso na guerra. E quanto às mulheres gregas, como só se relacionavam em seu dia a dia com outras mulheres, não seria estranho supor que muitas delas teriam encontrado afeto e prazer sexual com outras. Entretanto, como eram criaturas comumente sem importância, em relação às elas quase nada se sabe a respeito. Apenas se tem informações de uma época anterior, o século VII a.C., através de Safo que viveu na ilha de Lesbos e dirigia uma escola onde mulheres aprendiam musica, poesia e dança. Ela se apaixonou por algumas de suas pupilas, manifestando o seu amor em poemas sensuais, Sua poesia exerceu enorme influencia sobre a literatura subseqüente.

15.3.16

RELAÇÕES SEXUAIS PARTE 5

Com uma hetaira – cortesã de alto nível.
Os gregos “inventaram” o amor, dando-lhe dois nomes: Eros (amor físico) e Ágape (amor espiritual), elaborando a respeito dos dois tanto a teoria como a pratica. Ágape significa afeto profundo e afeição. Eros é uma atração física intensa por algo ou alguém, é um desejo vigoroso, é principio de ação, cuja energia é a libido. E dentro deste mundo grego da sexualidade a cidadã grega só possuía dois direitos, que eram o de gerar descendentes legítimos e o de herança. Na antiga Grécia as mulheres eram tidas como irracionais, hipersexuadas e moralmente defeituosas.

Como as mulheres gregas eram excluídas de quase todas as atividades fora do lar, raramente estavam juntas dos homens. O casamento tinha como finalidade apenas o aumento da prole e os cuidados com o lar. A repulsa contra o casamento era parte da repulsa geral contra a mulher e seu mundo.
Aristóteles afirmava o masculino como superior ao feminino em mente, corpo e processo procriador. Para ele o sêmen continha a alma e as secreções femininas formavam o corpo físico. Euríspedes retratou a mulher como adultera e perversa. Aristófanes satirizava-a como beberrona, fofoqueira, briguenta e ambiciosa.
A estima, o respeito e a honra eram os maiores prazeres do casamento. O marido traído devia separar-se, sob pena de ser estigmatizado por atimía (perda da honra). Na Grécia absolutamente patriarcal o homem era inquestionável. Foi o “clube masculino mais exclusivista de todos os tempos”.

RELAÇÕES SEXUAIS PARTE 4

CARICATURA DE HOMENS DAS CAVERNAS PUXANDO MULHERES PELOS CABELOS...
As mulheres tiveram sua sexualidade reprimida e distorcida a ponto de até hoje muitas serem incapazes de se expressar sexualmente e muito menos atingir o orgasmo. Os homens por sua vez também tiveram a sua sexualidade bloqueada. A preocupação em não perder a ereção até hoje é tanta, que fazem um sexo apressado com o único objetivo de ejacular.

A maioria dos homens ainda persegue o ideal masculino – força, sucesso e poder, mas eles têm as mesmas necessidades psicológicas das mulheres, que é de comunicarem suas emoções e sentimentos. A questão é que desde criança são ensinados a desprezar as emoções delicadas e a controlar os sentimentos, a não serem aqueles próprios de um guerreiro. Demonstrar ternura, se entregar relaxado à troca de prazer sexual com a parceira é difícil, porque perder o controle ou falhar é uma ameaça constante para ele. O processo de socialização que transforma os meninos em homens (“machos”) impede a espontaneidade na relação com as mulheres. É impossível ser “sensível”, quando se está “travado emocionalmente”.
Os homens são levados a organizar sua energia e percepção em torno do desempenho e assim, se transformam em maquinas de fazer sexo, preocupados apenas em “marcar pontos” e ter ereções. O sexo passa ser um esporte, transforma em um jogo que se disputa a dominação da mulher e, este roteiro “homem-caçador” versus “mulher-presa” causa também sérios prejuízos à sexualidade masculina.
Na realidade a diferença entre os sexos é anatômica e fisiológica, o resto é produto de cada cultura ou grupo social. Tanto o homem como a mulher podem ser fortes e fracos, corajosos e medrosos, agressivos e dóceis, passivos e ativos, dependendo do momento e das características que predominam em cada um, independente do sexo. Insistir em manter conceitos de feminino e de masculino é prejudicial a ambos os sexos por limitar as pessoas, aprisionando-as a estereótipos.
A mentalidade patriarcal que definiu com tanto rigor o masculino e o feminino está perdendo as suas bases. Cada vez mais as pessoas desejam ser o todo, ou seja, não ter mais que reprimir aspectos de sua personalidade para corresponder às expectativas de atitudes consideradas masculinas ou femininas. A dissolução da fronteira entre o masculino e feminino possibilita uma sociedade de parceria longe do modelo de dominação de uma parte da humanidade sobre a outra, como existiu nos últimos milênios. Agora, é possível também que as pessoas venham a escolher seus parceiros amorosos e sexuais pelas características de personalidade e não mais por serem mulheres ou homens.

A DANÇA RITUALISTICA

A dança egípcia era praticada pelas sacerdotisas nos templos do Antigo Egito, em rituais de energia e fertilidade. Seu caráter era espiritual, não existia prática em público, e somente mulheres tinham o conhecimento dos movimentos ritualísticos. As sacerdotisas usavam roupas próprias (saia longa e peito nu – somente com adereços no pescoço, pulso e tornozelos).
Para executar essa dança como enfoque ritualístico, a bailarina deve estar consciente da energia dos chakras (círculos de energia) e de suas funções.
A conexão com o sentido energético da dança ritualista está em acessar através dos movimentos corporais baseados nas técnicas e representações da tradicional Dança do Ventre, o auto-conhecimento, tomando consciência dos bloqueios e couraças e libertando-os através de exercícios respiratórios, visualizações e experiências corporais através da dança.
Existem diferentes técnicas para utilizar Dança Ritualística, algumas mais místicas e outras mais terapêuticas, mas em todas elas, a instrutora deve ter conhecimento suficiente do corpo e suas manifestações (encouraçamentos), da energia dos chackras e sua relação com órgãos e patologias físicas, emocionais e técnicas de dança do ventre para usar corretamente os movimentos.
Como se desenvolve a Dança Ritualística?
- Trabalhada individualmente como terapia corporal para desbloqueio de energias e couraças.
- Em grupos através de workshops e aulas com o objetivo de auxiliar no equilíbrio psico-físico das alunas.
- Como exercício de meditação e conexão com arquétipos ancestrais como experiência mística.
- Esta modalidade de Dança não requer experiência nas técnicas de dança do ventre e pode ser utilizada por qualquer pessoa de todas as idades e todos os tipos físicos.

RELAÇÕES SEXUAIS PARTE 3

Dentro da caverna – homens primitivos
Três fatores sugerem que o momento desta verdade pode ter ocorrido na fase inicial da Era Neolítica. Em primeiro lugar, até então nenhum dos sexos parece ter sido o dominante. Em segundo, se a descoberta foi incitada por algum estimulo externo, o pastoreio dos animais foi o mais obvio e provável. A domesticação de animais começou com cabras – mais provavelmente com ovelhas, quando estes primeiros criadores e agricultores logo viram que as ovelhas segregadas não gerariam cordeiros e nem produziriam leite. Entretanto, quando um ou dois carneiros eram introduzidos no rebanho, os resultados eram espetaculares. Foi o momento em que o homem pela primeira vez observou um grupo de animais durante um longo período. Foi como um laboratório.
Nesta ocasião as condições de vida e de relacionamento se agravaram especialmente para as mulheres, quando as tarefas para elas se multiplicaram. Com o surgimento da agricultura começou para elas o começo de inúmeras obrigações. Nesta ocasião também o homem descobriu que tinha no seu meio, a função que o carneiro cumpria com as ovelhas.
O terceiro fator mais problemático e também em muitos casos o mais convincente, foi que “algo” simplesmente aconteceu no Oriente Próximo durante os misteriosos sete mil anos do Neolítico, quando o homem transformou-se de parceiro da mulher mais ou menos igual na sociedade, em um déspota reconhecido.
Após a instalação do patriarcado há 5 mil anos, a mulher adquiriu a condição de mercadoria, quando podia ser comprada, vendida ou trocada. Ela passou a ser considerada inferior ao homem e, portanto subordinada à sua dominação. Durante este período a cultura autoritária dominada pelo homem e também violenta era vista como normal e adequada, apoiando-se em dois pilares básicos – controle da fecundidade da mulher e divisão sexual de tarefas. A sujeição física e mental da mulher foi o único meio de restringir sua sexualidade e mantê-la limitada a tarefas especificas.
O estabelecimento do patriarcado na civilização ocidental foi um processo gradual que levou quase 2.500 anos – entre 3.100 a 600 a.C. A lógica patriarcal começa no Ocidente com a democracia ateniense, no século V a.C e o fim desta lógica se enraíza na Revolução Francesa, quando a democracia pretende aplicar-se a todos.
A caricatura popular do homem das cavernas carregando um bastão e arrastando uma mulher pelo cabelo, com “alguns traços divertidos”, no fundo mostra que o sexo, a dominação masculina e a violência coincidem – e, por baixo do verniz da civilização é assim que até hoje acontece com a mulher, quando é colocada (subliminarmente) como mercadoria e para uso, com a sua imagem em belos corpos sendo associada nas propagadas com o consumo maciço de cervejas e de carros, entre outras...

RELAÇÕES SEXUAIS PARTE 2

Cerca de 4,5 milhões de anos nossos ancestrais andaram eretos pela primeira vez. Esta evolução interferiu no relacionamento amoroso, quando ainda estas criaturas desconheciam o vínculo entre o sexo e a procriação, portanto sem imaginar que o ato sexual tivesse alguma participação no aumento de sua prole. Fato que continuou ignorado por milênios, com a fertilidade sendo característica exclusiva da fêmea, associada aos poderes que governam a vida e a morte.

A historiadora Riane Eisler menciona que os ancestrais do homem (no Paleolítico e inicio do Neolítico) devem ter imaginado o corpo da mulher como um receptáculo mágico, observando que sangrava de acordo com a Lua e que miraculosamente produzia outras criaturas. Também devem ter maravilhado com o fato dela prover alimento – produzir leite. Ainda, de ter o poder aparentemente mágico de fazer que o órgão sexual do homem enrijecesse e que acontecesse o prazer sexual – tanto para experimentá-lo quanto para oferecê-lo. Não é de admirar que o poder sexual da mulher tenha infundido tanto respeito aos ancestrais do ser humano.
A idéia de casal era desconhecida. Cada fêmea pertencia igualmente a todos os machos e cada um deles a toda elas. O acasalamento era por grupos.
Entretanto, para que encontrasse um verdadeiro e profundo sentimento, que proporcionasse avaliar as qualidades do outro parceiro (a) e decidir, passou longo tempo com ele (a). Foi preciso esperar o desenvolvimento do cérebro, portanto do Homo sapiens – do homem moderno. E em todos os longos milênios da Era Paleolítica não existiu prova alguma de que o homem sabia de seu papel de pai...