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31.1.16

DECIFRA-ME OU TE DEVORO

(PARTE 1)



“Um antigo mito grego relata que a esfinge de Tebas estava sempre atenta aos viajantes que passavam naquela cidade. Esta abordava o transeunte com o seguinte enigma:
“Qual o animal que de manhã tem quatro patas, ao entardecer tem duas e ao anoitecer tem três patas?”

Caso o enigma não fosse respondido corretamente pelo viajante, este era devorado pela esfinge. A resposta pontual era o “homem”.

A humanidade, enquanto espécie, em sua caminhada existencial, sempre se questionou sobre quem é, de onde veio, para onde vai. Muitas destas perguntas eram respondidas através de narrativas fantásticas, nascendo, assim, o mito. Tanto os fenômenos externos quanto seus processos internos eram explicados simbolicamente. Em uma abordagem figurativa e mitológica, eram elucidados os questionamentos existenciais que os angustiavam, proporcionando, deste modo, alivio ou conforto psíquico para as perguntas  que aturdiam os “enigmas” da vida de um modo geral e acerca das questões existenciais humanas.
Este mesmo homem fez grandes progressos. Conseguiu compreender muito da essência de seres microscópicos e das leis da natureza, descobriu a existência de energias, mesmo aquelas invisíveis aos olhos humanos, bem como explorou o universo afora, motivado por encontrar vida em outros planetas. De fato, o homem é um explorador nato focado no mundo externo.
Neste desejo contínuo em conhecer o que está “fora de si” e em nome da sobrevivência de sua espécie, o homem foi se formando como ser multi-determinado, mas esqueceu-se de perscrutar seus processos dinâmicos internos e desta forma, reforçou uma estereotipia comportamental através do distanciamento de sua auto escuta, pois ainda não foi capaz de responder ao famoso enigma “Conhece-te a ti mesmo”, anexado no Templo de Delfos desde 650 a.C. Este enigma, o de “quem nós somos”, uma vez não revelado, encontra-se diretamente relacionado a eufagia do próprio ser, ou seja, somos constantemente aniquilados  pela ignorância de não sabermos quem de fato somos.


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