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31.1.16

Em busca do próprio “eu”

( PARTE 3)




Precisamos retirar as nossas mascaras configuradas pelos condicionamentos internalizados e visitarmos o nosso templo de Delfos, olhando no espelho da nossa própria consciência para trabalharmos nossos comportamentos disfuncionais. É necessário conhecer o que há de melhor em nós, os nossos recursos, as nossas motivações, para desenvolvermos nossa autoestima. Da mesma forma, é necessário conhecer o que há de pior em nós, para que isso possa ser desconstruído e transformado.
Discutir nossos pensamentos, ideias e crenças é o primeiro passo para iniciarmos nosso processo de mudança interior. Mas de pouco ou nada adianta conhecer e não aceitar o conteúdo como seu; de pouco adianta se não nos propusermos ao trabalho mais profundo: encarar e compreender o porquê dos nossos sentimentos e emoções. Sofremos porque não nos conhecemos, porque não somos  conscientes de como funcionamos. O sofrimento existencial é produto da ignorância, sendo nós mesmos os geradores destes mesmos sofrimentos de que tanto desejamos nos desvencilhar e que nos seria poupado, caso nos conhecêssemos. Sendo assim, não existe a possibilidade de fugirmos de nós mesmos, já que a verdadeira liberdade advém da própria conquista consciente do “eu”. A partir desta conquista, a maior de todas que podemos fazer, não buscaremos nos satisfazer nos prazeres e ilusões externas, nem tampouco precisaremos da incessante aprovação dos outros, visto que estaremos satisfeitos e preenchidos internamente. No entanto, para que este processo se inicie, é necessário coragem para sairmos da nossa zona de conforto, o que gera certo sofrimento e necessidade de readaptação, ou seja, dispêndio de energia para encarar estados emocionais negativos; paciência e perseverança no processo de mudança de paradigmas e hábitos, mas que indubitavelmente valerão a pena.

O descontrole emocional é normalmente acompanhado por arrependimentos que muitas vezes são irremediáveis. Impossível voltar atrás no tempo no que foi dito ou feito. Ações impensadas e precipitadas podem desgastar ou mesmo arruinar nosso campo relacional, bem como a vida pessoal, afetiva, profissional e social. A tranquilidade, o discernimento, a tolerância e a paz de espirito são atributos que podem ser desenvolvidos através do autoconhecimento. Basta se propor a dar o primeiro passo para desenvolver competências individuais e relacionais. O resultado disto será uma vida mais gratificante e feliz.

E como disse Sócrates, o pai da Filosofia:
“Se o que tu procuras não achares primeiro dentro de ti mesmo, não achará em lugar algum”.

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