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5.1.16

Eríneas as Fúrias



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As Eríneas eram deusas violentas, com as quais os Romanos identificavam as Fúrias. Titulares muito antigas do panteão helênico encarnam forças primitivas, que não reconhecem os deuses da nova geração: Aleto, Tisífone e Megera. Aleto, em grego Άληχτω (Alektó) significa “a que não pára, a incessante, a implacável”; Tisífone, é o grego Τισιφόνη (Tisiphóne), “a que avalia o homicídio, a vingadora do crime”; Megera, do grego Μέγαιρα (Mégaira), “a que inveja, a que tem aversão por”, significados todos de cunho popular.
Viviam no submundo onde torturavam as almas pecadoras que ali chegavam depois de passar pelo veredito de Hades.
Elas nasceram das gotas do sangue de Urano quando ele foi castrado por Cronos. Pavorosas e cruéis, as Eríneas encarregavam-se de criar nas almas pecadoras o remorso e a necessidade de perdão.
  • Tisífone era a vingadora dos assassinatos e homicídios, principalmente aqueles praticados contra os pais, irmãos, filhos e parentes, e açoitava os culpados, enlouquecendo-os.
  • Megera, personificava o rancor, a inveja, a cobiça e o ciúme. Castigava principalmente os delitos contra o matrimônio, em especial a infidelidade. Era a Erínia que perseguia, fazendo a vítima fugir eternamente. Gritando a todo momento nos ouvidos do criminoso, lembrava-lhe das faltas cometidas.
  • Alecto, a implacável e eternamente encolerizada, encarregava-se de castigar os delitos morais como a ira, a cólera, a soberba etc. Era a Erínia que espalhava as pestes e maldições. Seguindo o infrator sem parar, ameaçando-o com fachos acesos, não o deixava dormir em paz.
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Apresentação como verdadeiros monstros alados, com os cabelos entremeados de serpentes, com chicotes e tochas acesas nas mãos.

De início eram as guardiãs das leis da natureza e da ordem das coisas, no sentido físico e moral, o que as levava a punir todos os que ultrapassavam seus direitos em prejuízo dos outros, tanto entre os deuses quanto entre os homens.
Só mais tarde é que elas se tornaram especificamente as vingadoras do crime, particularmente do sangue parental derramado. Protetoras da ordem social Eram justas, mas sem piedade e jamais analisavam as circunstâncias que levaram a pessoa à cometer o erro. Puniam todas as ofensas contra a sociedade humana tal como o perjúrio, a infração dos rituais de hospitalidade e, acima de tudo, o assassinato de parentes de sangue.
Uma das lendas mais famosas sobre as Eríneas consiste em sua perseguição sem descanso pelo príncipe tebano Orestes, pelo assassinato de sua mãe, a rainha Clitemnestra. Orestes havia sido guiado por Apolo para se vingar da morte de seu pai, o rei Agamenon, a quem Clitemnestra havia assassinado. Entretanto, as Eríneas, indiferentes a seus motivos, perseguiam-no e o atormentavam.
Elas não se pacificaram e Orestes foi forçado a procurar refúgio no templo de Apolo. Os deuses concordaram em julgar Orestes e o primeiro julgamento com júri foi presidido por Atena. Houve um empate e a decisão coube a Atena, que votou contra a punição do matricídio.
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As Eríneas ficaram possessas e exclamaram que os deuses da nova geração tinham desrespeitado as leis antigas e as desautorizado. Ameaçaram arrasar a Terra, deixando cair uma gota do sangue do seu coração sobre ela e, como tinham ainda poder sobre a descendência, podiam fazer cair sobre a humanidade a esterilidade. Terminaram por ser aplacadas e reconciliadas com a nova ordem quando se concordou que fossem adoradas com sacrifícios num santuário em sua honra, em Atenas. Receberam o nome de Eumênides ou gentis, tomado de empréstimo de uma tríade anterior de deusas do mundo inferior que fizeram surgir do solo plantas comestíveis como uma dádiva à humanidade. Orestes finalmente apelou à deusa Atena, que convenceu as deusas vingadoras a aceitar o apelo de Orestes de que ele era livre de culpa. Quando eram capazes de mostrar misericórdia, elas também se transformavam. Das Fúrias de aparência assustadora, transformavam-se nas Eumênides, protetoras dos suplicantes.
Como Sêminas (e como Eumênides) eram as veneráveis ou gentis; como Diras, proferiam maldições contra quem transgredia as leis da linhagem; e como Manias ou Fúrias, vociferavam em seu furioso aspecto vingativo. Eram adoradas no seu santuário no sopé do Monte Areópago, em Atenas.
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